É sempre um desafio elaborar uma lista de melhores filmes, portanto não utilizaremos esse viés, e sim uma lista de Superfilmes (por suas inovações, seu momentos histórico, seu legado). A maioria deles transformou nossa percepção artística e deixou uma marca indelével na história do cinema.
Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964)
Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)
Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenembaums, 2001)
A casa de
esquina em Nova Iorque, que se assemelha a um pequeno castelo, abriga o mundo
particular da família Tenenbaum, composta pelos irmãos Chas, Margot e Richie,
três crianças prodígio que cresceram e deixaram os seus dias de glória para
trás. Abandonadas ainda na infância pelo pai Royal, um advogado malandro e
escorregadio, as crianças desenvolveram incríveis talentos: Chas é um rei das
finanças aos onze anos, Richie um campeão de tênis e Margot, a filha adotada,
uma escritora e dramaturga que escreve sua primeira peça aos onze anos. Royal chega à falência e decide reconquistar
sua mulher, Etheline, e os filhos. Para isso, mente que está com uma doença
terminal. Tudo com a ajuda do fiel Pagoda, o mordomo dos Tenenbaums. Para
contar a história da família, Wes Anderson constrói um universo fantasioso e
cheio de particularidades, com uma direção de arte muito marcante e trilha
sonora pontuada por clássicos dos Rolling Stones, Bob Dylan e The Clash.
A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967)
Protagonizado por Catherine
Deneuve, A Bela da Tarde é um retrato dos aspectos mais obscuros do desejo. O
filme de Luiz Buñel, pai do surrealismo no cinema, conta a história de
Séverine, uma jovem recém casada que decide se prostituir durante a tarde. Com a prostituição, Séverine, a esposa frígida, passa a realizar seus diversos desejos sexuais. O contraste entre as tardes sórdidas e a vida caseira da
personagem dá ao filme certo mistério, um ar de ironia. E, apesar de explorar o
fetiche, Buñel usa dele para desconstruir os retratos psicológicos de suas
personagens. O filme foi premiado com um Leão de Ouro no festival de Veneza e deu a Deneuve o status de musa do cinema.
Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959)
O primeiro longa-metragem de François Truffaut introduz também a história daquele que seria seu maior personagem, Antoine Doinel. Interpretado pelo jovem Jean-Pierre Léaud, Doinel é um alter-ego do diretor. Inspirado na própria infância, Truffaut conta sua história através do personagem que, negligenciado pelos pais e sem conseguir encaixar-se na escola, foge das aulas e invade cinemas. O estilo arrojado usado pelo diretor – que rodou todo o filme com a câmera na mão nos bulevares parisienses – empresta ao filme um forte senso de urgência, responsável por conceder a Truffaut o prêmio de melhor diretor em Cannes e fundamental para lançar ao mundo a Nouvelle Vague.
Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964)
Baseado em Pigmaleão, peça de George Bernard Shaw, Minha Bela Dama é uma comédia musical estrelada por Audrey Hepburn. Eliza Doolitle é uma humilde vendedora de flores que conhece Henry Higgins, um linguista rabugento decidido a transformá-la em uma dama da alta sociedade. Além da sempre cativante atuação de Hepburn, o filme conta com o primoroso trabalho de figurino e direção de arte de Cecil Beaton, que rendeu dois dos sete Oscars dados ao longa. O papel de Eliza Doolitle também foi disputado por Julie Andrews, que na época era apenas atriz de teatro, e Elizabeth Taylor.
Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)
L. B Jeffries é o fotógrafo que, por conta de uma perna quebrada que o impede de sair de casa, espiona a vida dos vizinhos. Através de sua lente teleobjetiva, ele invade a privacidade dessas personagens e, assim, insere-se no contexto da vida delas. Hitchcock usa da janela de Jeffries para construir o catálogo de comportamentos que compõe o filme. O quadro composto por tais é um pequeno retrato do mundo e Hitchcock nos convida a observá-lo e a julgá-lo. A posição de voyeur do protagonista também é uma metalinguagem, já que o diretor nos insere como observadores do comportamento de Jeffries da mesma forma com que ele age com os vizinhos. Dessa forma, o diretor nos coloca frente a frente com a fronteira entre público e privado e, com isso, tece uma crônica sobre a vida moderna.
Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955)
Considerado um dos melhores filmes da curta carreira de James Dean, o longa de Nicholas Ray faz um retrato da juventude da época. O contraste entre a busca incessante e irresponsável por diversão de Ray (Dean) e seus amigos e a recusa dos adultos frente a seus dilemas morais dá o tom de conflito, combinado à rivalidade com a gangue do colégio. O personagem de Ray apresenta uma ameaça aos padrões de comportamento da pequena cidade. Sua rebeldia simboliza o inconformismo com os papéis superficiais do contexto social em que está inserido. O filme conta também com a participação de Natalie Wood no papel de Judy, a garota por quem Ray se apaixona.
O sétimo selo (Det sjunde inseglet, 1957)
O sétimo selo (Det sjunde inseglet, 1957)
Ingmar Bergman faz de O sétimo selo uma crônica sobre sua visão do conflito entre religião e existência. O cavaleiro que retorna das Cruzadas para uma Suécia assolada pela peste encontra a Morte, com quem disputa uma partida de xadrez em troca de sua vida. O contraste da contestação da fé do Cavaleiro - que briga por sua vida sem saber se quer vivê-la - é o casal de humildes artistas nômades que ele encontra pelo caminho. Com referências à antigas imagens sacras, O sétimo selo levou Bergman a ser reconhecido como um grande diretor e é um marco do cinema.
O Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation, 1915)
Com mais de 180min., O Nascimento de Uma Nação foi responsável por tornar os longas-metragens uma regra, já que os filmes lançados anteriormente tinham menos de 60 minutos. Baseado na integração de relato íntimo e sucessão de eventos históricos reconstruídos: o assassinato de Lincoln e grandes massas de soldado em batalha. A segunda parte - um escravo conquista a liberdade, o heroi funda a Ku Klux Klan e un negro assedia uma virgem branca que se suicida - foi considerada ofensiva racialmente mesmo em 1915. Polêmicas à parte, o filme é considerado uma obra-prima do ponto de vista técnico.
Nosferatu, o vampiro (Nosferatu, the vampyre, 1921)
Primeira aparição do conde Drácula nas telas, é até hoje a mais sombria e mágica das muitas versões dessa lenda sobrenatural. Nosferatu, o vampiro, ao invés de usar cenários estilizados, foi filmado em locação com iluminação em clima gótico. O diretor também impregnou efeitos especiais, acelerando a projeção e usando filme negativo para criar uma carruagem fantasma. Adaptou, sem permissão, o romance de Bram Stoker (1897) e respondeu ao processo por violação de direitos autorais, mas Nosferatu tornou-se um clássico do horror.
Luzes da cidade (City Lights, 1931)
Quatro anos após o diálogo tornar-se o must, Chaplin ousou lançar um filme mudo. Só ele - que atuou como o delicioso vagabundo Carlitos e também produziu, editou, criou o cenário e compôs a música - seria capaz disso. O público amou o filme, que a crítica aclamou como seu melhor trabalho. Na história, Carlitos é confundido com um milionário por uma florista cega, e depois de muitas idas e voltas consegue pagar a cara cirurgia dos olhos da moça. A inconfundível assinatura de Chaplin, sua incrível capacidade de migrar da sátira à compaixão, está expressa, e um dos melhores momentos é o da luta de boxe de Chaplin.
King Kong (1933)
Apesar de duas refilmagens (1976 e 2005) e muitas imitações, o originalem preto e branco mantém seu encanto e ainda nos assombra; é o modelo ideal de filmes de monstros. Produzida com a técnica de animação stop motion, que consiste em fotografar um boneco maleável em diversas poses diferentes, depois colocar essas fotografias em movimento. Hoje, o stop motion aperfeiçoado com o tempo, é vastamente disseminado, mas em 1933 era a maior das novidades e influenciou inúmeros filmes desde então.
...E o vento levou (Gone with the Wind, 1939)
Filme de superlativos, é o mais caro em produção e propaganda, além de provavelmente o mais popular, assistido e bem-sucedido da história. Quando David O. Selznick expressou a intenção de filmar o best-seller de Margaret Mitchell sobre a Guerra Civil Americana ...E o vento levou (Gone with the Wind), cujos direitos adquiridos em 1936, Victor Fleming e o astuto produtor Irving Thalberg não poderiam prever o sucesso. Cenas espetaculares - como o incêncio de Atlanta, a festa de Twelve Oaks - evocam com maestria o Velho Sul. A paixão monumental do casal central é interpretada com brilhantismo por Clark Gable e a atriz britânica Vivien Leigh.
Cidadão Kane (Citzen Kane, 1941)
Em 1998 o Instituto Americano de Cinema (AFI) o elegeu o primeiro dos 100 maiores títulos de Hollywood. Encabeça também a lista de melhores filmes da Sight and Sound, lançada desde 1962 a cada 10 anos. O cinema moderno não seria o mesmo sem a trágica história de Charles Foster Kane, o magnata de imprensa que tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. O magnata da mídia William Randolph Hearst tentou banir o filme Cidadão Kane (Citzen Kane), entendendo-o como seu retrato camuflado. Só foi exibido quando Orson Welles, diretor do filme ameaçou processar a RKO, estúdio do filme.
Casablanca (1942)
Trama forte, ambiente exótico, diálogos memoráveis, elenco magnífico e emotiva trilha sonora de Max Steiner - além de Doodley Wilson como Sam tocando "As Time Goes By" - sintetizam o romance hollywoodiano dos anos 40. O par apaixonado e comovente Bogart-Bergman, que relembra o romance em Paris antes da guerra, é um dos mais adorados da história do cinema. Curiosamente, este filme tão bem estruturado foi produzido sem que ninguém do set conhecesse o enredo - exceto Michael Curtiz, diretor do longa, que amarrou com habilidade várias subtramas e um enorme elenco de apoio neste melodrama de guerra.
Cantando na Chuva (1952)
O musical mais famoso de Hollywood é, não por acaso, uma crônica sobre a própria Hollywood. Considerado o apogeu dos musicais da MGM, é deliciosa mistura de nostalgia e sátira sobre os tumultos e triunfos da transição do cinema mudo ao sonoro, época evocada por cenários e figurinos, além dos belos números musicais. Supremo produtor musical da MGM, Arthur Freed reuniu uma equipe de especialistas. Ele havia escrito a maioria das músicas com Nacio Herb Brown, em 1929, e integrou-as à trama do filme - incluída a espirituosa música título que exibe Don Lockwood e o grande talento de Gene Kelly.
Quanto mais quente melhor (1959)
Ponto alto da comédia americana do pós-guerra, reúne paródia, pastelão, farsa e sofisticação. De apelo sexual a liberal, faz nostálgica homenagem às comédias e aos filmes de gângster dos anos 30. Conta a história de dois músicos de jazz fugindo de mafiosos e travestidos infiltram-se numa banda feminina a caminho da Flórida e fazem amizade com a cantora Sugar Kane. Tony Curtis e Jack Lemmon têm excelentes atuações; além de Josephine, Curtis interpreta um mafioso e um magnata do petróleo que lembra Cary Grant. Lemmon, de salto alto, vestido de melindrosa e peruca loira, está hilário e se identifica com a personagem feminina.
Acossado (1960)
Esse filme influente fez do anárquico Belmondo astro, revitalizou a carreira de Jean Seberg e pôs Jean-Luc Godard,com 29 anos e estreando na direção, como um dos espoentes da Nouvelle Vague. Acossado busca retomar o estilo direto e econômico dos filmes de máfia, com excelente senso de locação, cortes com saltos e câmeras portáteis. É uma bela homenagem ao filme policial de Hollywood, mas não se engane: a montagem descontraída de Godard, à base de um instrumento conhecido como faux-racoord, foi uma criação original do francês, e revolucionou todo o cinema que se fez depois de 1960.
Lawrence da Arábia (1962)
Narrativa de viagem, lição de história e grande aventura cp, foco na figura enigmática e controversa do militar, trata-se de inteligente megaprodução que deu fama imediata a Peter O´Toole. Um flashback relembra a tumultuada carreira militar, a amizade com Ali, o apoio do príncipe Feisal, sua captura e tortura pelo bei da Turquia e seu papel na queda do império Otomano. O longa despertou o melhor de David Lean, diretor, que, tal como o herói, reagiu à beleza do deserto do Saara, esplendidamente capturado pela câmera de Freddie Young. A primeira visão de Sharif, de início um ponto no horizonte, talvez seja a sequência mais impactante desse épico.
Blow-up - Depois daquele beijo (1966)
Na sua famosa trilogia da incomunicabilidade, composta de A Aventura, A noite e O Eclipse, o diretor italiano Michelangelo Antonini já tratava da desumanização das relações em uma sociedade moderna cada vez mais enebriada por seu excesso de informação visual e sonora. Blow-Up leva a questão ao extremo, questionando a própria validade daquilo que vemos passar a diante dos nossos olhos. Fotógrafo de moda na efervescente Londres dos anos 1960, Thomas certo dia decide fotografar um casal se abraçando no parque - e percebe, na hora de revelar o filme da máquina, que capturou em suas lentes um assassinato. Ou será que é apenas sua imaginação?
Bonnie e Clyde - Uma rajada de balas (1967)
Um dos títulos americanos mais influentes pela visão amoral dos fora-da-lei segundo a perspectiva social e psicológica atual, mostra violência gráfica rara nos filmes comerciais de então. "Eles são jovens. Eles se amam. Eles matam gente." - foi o chamariz desse filme de gângsters estilizado e pouco convencional baseado em história real. O humor negro culmina no final tão imitado depois: centenas de balas atravessam o casal infame, que morre em câmera lenta. O roteiro tinha sido oferecido a Jean-Luc Godard e François Truffaut, que não o aceitaram, mas a influência da Nouvelle Vague é evidente na direção impecável de Arthur Penn.
O poderoso chefão (1972)
A história da máfia e da "família" Corleone nos anos 40 tece rica trama de relacionamentos e detalha meticulosamente os rituais de um grupo fechado. Um dos maiores sucessos de público e crítica dos anos 70, foram inevitáveis as continuação de mesmo título (1974, 1990). Mas que este filme tenha um dia saído do papel foi um feito. A Paramount já estava sem opções quando entregou a direção ao novato Francis Ford Coppola. Pelo menos meia dúzia de atores foi cogitada ao papel de Michael Corleone, até que outro novato, Al Pacino, pegasse a vaga. Tradição versus modernidade, drama íntimo versus vocação épica.
Noivo neurótico, noiva nervosa (1977)
Allen era considerado humorista jovem e brilhante cujos filmes eram pouco mais que quadros cômicos, mas o sucesso desse "romance neurótico" ganhador de quatro Oscar lhe rendeu fortuna e séquito de admiradores. A história da relação conturbada entre o comediante Alvy Singer (Woody Allen) e a cantora iniciante Annie Hall (Diane Keaton) insinua o caso real entre eles. No longa, a amizade começa em um jogo de tênis, que ela vence, e envolve o encontro deslocado e hilário do judeu Alvy com a família da protestante Annie. Destacam-se os trajes de Keaton, que influenciaram o estilo das mulheres elegantes e liberais do fim dos anos 70.
Guerra nas estrelas (1977)
Poucos filmes são tão importantes para o cinema de massa como o conhecemos hoje quanto o longa Star Wars: Episódio IV. Dos faroestes, George Lucas cunhou o pistoleiro solitário Han Solo. Das tragédias gregas, tirou um jovem aspirante a heroi com contas freudianas a acertar com o pai. Dos samurais de Akira Kurosawa, pegou o design do capacete de Darth Vader e sua habilidade como espadachim. Adicione aí a construção de uma mitologia toda particular e um esforço quixotesco para criar efeitos especiais à frente do seu tempo e temos uma salada sem igual.
O casamento de Maria Braun (1978)
Maior sucesso de bilheteria de Fassbinder, é seu ataque mais eficiente ao "milagre econômico" da Alemanha nos anos 50, além do retrato sutil e dramático de uma mulher indomável. Maria Braun sobrevive à guerra em Berlim; seu marido luta na frente russa e, ao voltar, é preso por matar um soldado negro amigo de Maria. Ela então se envolve com um industrial e conquista fortuna e poder. Primeiro da trilogia de Fassbinder sobre mulheres no pós-guerra alemão, o longa une elementos dos melodramas clássicos de Hollywood com temas sociopolíticos.
ET, o extraterrestre (1982)
Dos raros filmes com atores a capturar a imaginação de gerações de crianças e seus pais, ainda é a obra mais adorada de Spielberg e talvez a mais pessoal. Do preciso retrato de uma família de classe média dos subúrbios da Califórnia, o longa vai logo ao que interessa e apresenta Elliott ao novo amigo. ET assume o papel do cão fiel, mas com poderes sobrenaturais de telepatia e psicocinese, e enfrenta acelerado ciclo de vida sendo Elliott seu protetor, professor e pai adotivo. Escapando à análise lógica, do ponto de vista emocional, porém, o filme é ótimo. A cena da morte parte o coração, mas pelo poder do amor, ET ressuscista e Elliott completa sua formação emocional.
Curtindo a vida adoidado (1986)
Como Ferris Bueller diz diretamente para a câmera logo ao perceber que o sol matinal está bonito demais para ser desperdiçado na escola, ele não acredita em "ismos", ele crê em si mesmo. O fato é que o roteirista e diretor John Hughes está, no fundo, mais interessado em acompanhar como seu personagem influencia seu amigo fraco e pessimista, um tipo muito mais interessante, dramaticamente, do que Bueller. É este seu amigo, Cameron, a grande síntese dos enfermos anos 1980, e a luta de Hughes é justamente por animá-lo a aproveitar a vida, não importando o dia ou o momento.
Veludo azul (1986)
Há quem diga que todas as histórias já foram contadas pelo cinema. O que os anos 80 e 90 nos ensinaram é que há diversas maneiras de recontá-las. Aqui estamos em uma pequena cidade do interior dos estados Unidos, com seus pássaros na janela, para onde Jeff retorna quando seu pai sofre um derrame, mas se apaixona por uma cantora que está sendo abusada. David Lynch fez com Veludo Azul o "neonoir" definitivo porque ressaltou o elemento fundamental do noir moderno: a perversão.
Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988)
Apesar de já ter feito sete filmes, foi com essa farsa anárquica que Almodóvar rompeu as fronteiras - o filme estrangeiro de maior bilheteria em 1989 na América do Norte e o maior sucesso na Espanha. A atraente atriz Pepa está grávida de Iván, seu amante casado que a abandona, deixando apenas uma mensagem na secretária eletrônica. Tentando em vão comunicar-se com ele, entra em histeria e se mete em uma série de situações surreais. Como nas melhores farsas, nesse longa os acontecimentos irracionais são interligados por uma lógica interna muito engraçada e, como muitas comédias francesas, concentram-se num lugar.
Cinema Paradiso (1989)
Nostálgico e comovente, vê o charme do cinema e a morte dos palácios de filmes pelos olhos de uma criança - um dos títulos mais populares das últimas décadas dentro e fora da Itália. Narra em flashback a história de Salvatore, menino que mora com a mãe viúva numa vila destruída pela guerra e se refugia no Nuovo Cinema Paradiso, cinema local e que cujo projecionista, se torna seu amigo. É um lembrete sutil de que o cinema é experiência pessoal. Nós da Supernatural Filmes fizemos uma ação solidária com enfoque neste personagem, confira aqui.
Quatro casamentos e um funeral (1994)
Após altos e baixos do cinema britânico nos anos 70 e 80, essa comédia romântica acertou o alvo e fez de Hugh Grant um astro. O impecável roteiro Richard Curtis relata uma história de amor em vários meses e cinco cerimônias; na primeira, Charles, que tem pânico de compromissos, surpreende-se flertando com Carrie, americana objetiva que está noiva. Esta deliciosa comédia de costumes, lembra os pastelões dos anos 30, retratando egocêntricos membros da classe alta. Grant e Curtis voltaram a trabalhar juntos em Um lugar chamado Nothing Hill, O diário de Bridget Jones e Simplesmente amor.
Toy Story (1995)
A Pixar revitalizou a animação digital e se tornou marca registrada de produções sofisticadas e inteligentes. Foi o primeiro longa de grande sucesso produzido pela Pixar, baseado em ciúmes e disputas de brinquedos de um menino de seis anos. O estúdio Pixar, fundado por Steve Jobs é isso: histórias ricas, perspectivas diferentes e personagens inesquecíveis e originais. Sua filosofia é incentivar a criatividade, e o retorno trouxe sucesso em sequência: Vida de inseto (1998), Toy Story 2 (1999), Monstros S.A (2001), Procurando Nemo (2003) e Os incríveis (2004).
O tigre e o dragão (2000)
O maior expoente do gênero do cinema foi King Hu, que o diretor Ang Lee homenageia nesse envolvente romance de ação. Dos primeiros filmes em chinês a fazer sucesso mundial, arrecadou mais de US$100 milhões só na América do Norte. Produzido pela empresa japonesa Sony, com financiamentos chineses e europeus, diretor taiwanês radicado nos EUA e roteiristas americanos e chineses, o filme é entretenimento global. Para boa parte do público foi o primeiro contato com as técnicas de Hong Kong que desafiam a gravidade, truques com cabos que permitem aos espadachins gravitar e tomar impulsos em telhados.
O senhor dos anéis (2001)
Lançada em várias partes, a adaptação de Peter Jackson da saga de J.R.R. Tolkien foi empreendimento hérculeo e grande sucesso de crítica e bilheteria. Mergulhado no rico e imaginário Tolkien, habotado por hobbits, elfos e outras criaturas estranhas, o diretor explora ao máximo as belezas naturais da Nova Zelândia, sua terra natal, mas não perde tempo: há muitas montanhas, rios e vales para cruzar, exércitos para montar e feitiços por lançar. A narrativa avança com vigor desde que o hobbit Frodo Bolseiro recebe um anel dotado de grande poder.
Cidade de Deus (2002)
Relato fervoroso e bem-humorado da vida de jovens nas favelas do Rio de Janeiro; de surpreendente imediatismo, tem estilo de câmera trêmulo e rápido que atordoa. Com jovens não profissionais e casos reais, Fernando Meirelles e Kátia Lund recriam 15 anos do crime na favela da Cidade de Deus - do fim dos anos 60 até os 80, época em que se desenvolveu o tráfico de cocaína no Brasil, destacando as crianças que crescem nesse meio violento. Épico forte e acelerado, que fala a língua brutal das ruas lembrando Os bons companheiros, de Scorsese, e Matrix, dos irmãos Wachoeski.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004)
Impactante história de amor, prova que há algo novo sob o sol. Segundo filme do roteirista Charlie Kaufman e do criativo diretor de clipes Michel Gondry, esse sucesso nos faz vivenciar a perda de consciência e a ver sentido naquilo que enxergamos. A trama baseia-se em Joel, contido e convencional, que pega um trem em direção errada e conhece a impulsiva Clementine. Dos raros pensadores originais no cinema, Kaufman inova. Amnésia não é tema incomum, mas o fluxo subjetivo de imagens lúcidas e inconscientes é novo, como se o longa se reinventasse à medida que progride.
Taxi Driver (1976)
Examinando a alienação urbana e conbinando os gêneros noir, faroeste e horror, esse drama perturbador tornou Scorsese figura central no cinema mundial e De Niro grande astro. A história é sobre um veterano do Vietnã paranóico, solitário e taxista, que não tem amigos e considera Nova York um "esgoto aberto" povoado de "animais" e "escória" a serem eliminados. O monólogo desse personagem complexo diante do espelho é das sequências mais famosas dos anos 70; Scorsese apresenta uma cidade apocalíptica, com vapores nas ruas, trânsito incessante e sirenes, o que contrasta com a trilha sonora de Bernard Herrmann.
Nashville (1975)
Relato de um fim de semana de figuras da cena musical de Nashville, Tennessee, a capital da música country, é um marco da manipulação de personagem e som. Para criar esse mosaico de personagens, músicas, som e imagem, Altman usou 16 trilhas para diálogos e sons, câmeras que se movem continuamente, cortes rítmicos e comentários em on e off. É particularmente notável a sequência de apresentação dos 24 personagens do aeroporto. Concebido para celebrar o bicentenário dos EUA em 1976, Nashville revela por ironia seus pontos fracos, como preconceito racial, egoísmo e vulgaridade.
A doce vida (1960)

Sensação ao ser lançado, o filme mais famoso (e infame) de Fellini é impressionante panorama da decadente sociedade moderna romana e cunhou as expressões "la dolce vita" e "paparazzi", hoje sinônimo de fotógrafos caçadores de celebridades. Calejado colunista social e escritor frustrado vaga amoralmente pelos pontos "quentes" de Roma durante sete dias e noites, tentando se encontrar. No final metafórico, avista a inocência numa jovem na praia de madrugada, mas a água que os separa não lhe permite ouvi-la. Destaca-se Anita Ekberg como a estrela loira de voz sedutora.
Branca de Neve e os sete anões (1937)
A Disney assumiu enorme risco artístico e financeiro ao produzir o 1º longa de animação em Technicolor de três películas, mas o resultado confirmou-o como mestre do gênero. Apelidado de início "a loucura Disney", o filme ficou em produção por quatro anos e custou US$ 1,5 milhão, valor altíssimo na época. 750 artistas trabalharam em mais de dois milhões de desenhos e, o estúdio criou ainda, câmera de múltiplos planos. O resultado? Grande faturamento e um prêmio especial da Academia pela "importante inovação que encantou milhões e inaugurou um grande campo para desenhos animados".
A Noviça Rebelde (1965)
Nosferatu, o vampiro (Nosferatu, the vampyre, 1921)

Luzes da cidade (City Lights, 1931)

King Kong (1933)
Apesar de duas refilmagens (1976 e 2005) e muitas imitações, o originalem preto e branco mantém seu encanto e ainda nos assombra; é o modelo ideal de filmes de monstros. Produzida com a técnica de animação stop motion, que consiste em fotografar um boneco maleável em diversas poses diferentes, depois colocar essas fotografias em movimento. Hoje, o stop motion aperfeiçoado com o tempo, é vastamente disseminado, mas em 1933 era a maior das novidades e influenciou inúmeros filmes desde então.
...E o vento levou (Gone with the Wind, 1939)

Cidadão Kane (Citzen Kane, 1941)
Em 1998 o Instituto Americano de Cinema (AFI) o elegeu o primeiro dos 100 maiores títulos de Hollywood. Encabeça também a lista de melhores filmes da Sight and Sound, lançada desde 1962 a cada 10 anos. O cinema moderno não seria o mesmo sem a trágica história de Charles Foster Kane, o magnata de imprensa que tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. O magnata da mídia William Randolph Hearst tentou banir o filme Cidadão Kane (Citzen Kane), entendendo-o como seu retrato camuflado. Só foi exibido quando Orson Welles, diretor do filme ameaçou processar a RKO, estúdio do filme.
Casablanca (1942)
Trama forte, ambiente exótico, diálogos memoráveis, elenco magnífico e emotiva trilha sonora de Max Steiner - além de Doodley Wilson como Sam tocando "As Time Goes By" - sintetizam o romance hollywoodiano dos anos 40. O par apaixonado e comovente Bogart-Bergman, que relembra o romance em Paris antes da guerra, é um dos mais adorados da história do cinema. Curiosamente, este filme tão bem estruturado foi produzido sem que ninguém do set conhecesse o enredo - exceto Michael Curtiz, diretor do longa, que amarrou com habilidade várias subtramas e um enorme elenco de apoio neste melodrama de guerra.
Cantando na Chuva (1952)

Quanto mais quente melhor (1959)
Ponto alto da comédia americana do pós-guerra, reúne paródia, pastelão, farsa e sofisticação. De apelo sexual a liberal, faz nostálgica homenagem às comédias e aos filmes de gângster dos anos 30. Conta a história de dois músicos de jazz fugindo de mafiosos e travestidos infiltram-se numa banda feminina a caminho da Flórida e fazem amizade com a cantora Sugar Kane. Tony Curtis e Jack Lemmon têm excelentes atuações; além de Josephine, Curtis interpreta um mafioso e um magnata do petróleo que lembra Cary Grant. Lemmon, de salto alto, vestido de melindrosa e peruca loira, está hilário e se identifica com a personagem feminina.
Acossado (1960)
Esse filme influente fez do anárquico Belmondo astro, revitalizou a carreira de Jean Seberg e pôs Jean-Luc Godard,com 29 anos e estreando na direção, como um dos espoentes da Nouvelle Vague. Acossado busca retomar o estilo direto e econômico dos filmes de máfia, com excelente senso de locação, cortes com saltos e câmeras portáteis. É uma bela homenagem ao filme policial de Hollywood, mas não se engane: a montagem descontraída de Godard, à base de um instrumento conhecido como faux-racoord, foi uma criação original do francês, e revolucionou todo o cinema que se fez depois de 1960.
Lawrence da Arábia (1962)
Blow-up - Depois daquele beijo (1966)
Na sua famosa trilogia da incomunicabilidade, composta de A Aventura, A noite e O Eclipse, o diretor italiano Michelangelo Antonini já tratava da desumanização das relações em uma sociedade moderna cada vez mais enebriada por seu excesso de informação visual e sonora. Blow-Up leva a questão ao extremo, questionando a própria validade daquilo que vemos passar a diante dos nossos olhos. Fotógrafo de moda na efervescente Londres dos anos 1960, Thomas certo dia decide fotografar um casal se abraçando no parque - e percebe, na hora de revelar o filme da máquina, que capturou em suas lentes um assassinato. Ou será que é apenas sua imaginação?
Bonnie e Clyde - Uma rajada de balas (1967)
Um dos títulos americanos mais influentes pela visão amoral dos fora-da-lei segundo a perspectiva social e psicológica atual, mostra violência gráfica rara nos filmes comerciais de então. "Eles são jovens. Eles se amam. Eles matam gente." - foi o chamariz desse filme de gângsters estilizado e pouco convencional baseado em história real. O humor negro culmina no final tão imitado depois: centenas de balas atravessam o casal infame, que morre em câmera lenta. O roteiro tinha sido oferecido a Jean-Luc Godard e François Truffaut, que não o aceitaram, mas a influência da Nouvelle Vague é evidente na direção impecável de Arthur Penn.
A história da máfia e da "família" Corleone nos anos 40 tece rica trama de relacionamentos e detalha meticulosamente os rituais de um grupo fechado. Um dos maiores sucessos de público e crítica dos anos 70, foram inevitáveis as continuação de mesmo título (1974, 1990). Mas que este filme tenha um dia saído do papel foi um feito. A Paramount já estava sem opções quando entregou a direção ao novato Francis Ford Coppola. Pelo menos meia dúzia de atores foi cogitada ao papel de Michael Corleone, até que outro novato, Al Pacino, pegasse a vaga. Tradição versus modernidade, drama íntimo versus vocação épica.
Noivo neurótico, noiva nervosa (1977)
Allen era considerado humorista jovem e brilhante cujos filmes eram pouco mais que quadros cômicos, mas o sucesso desse "romance neurótico" ganhador de quatro Oscar lhe rendeu fortuna e séquito de admiradores. A história da relação conturbada entre o comediante Alvy Singer (Woody Allen) e a cantora iniciante Annie Hall (Diane Keaton) insinua o caso real entre eles. No longa, a amizade começa em um jogo de tênis, que ela vence, e envolve o encontro deslocado e hilário do judeu Alvy com a família da protestante Annie. Destacam-se os trajes de Keaton, que influenciaram o estilo das mulheres elegantes e liberais do fim dos anos 70.
Guerra nas estrelas (1977)
Poucos filmes são tão importantes para o cinema de massa como o conhecemos hoje quanto o longa Star Wars: Episódio IV. Dos faroestes, George Lucas cunhou o pistoleiro solitário Han Solo. Das tragédias gregas, tirou um jovem aspirante a heroi com contas freudianas a acertar com o pai. Dos samurais de Akira Kurosawa, pegou o design do capacete de Darth Vader e sua habilidade como espadachim. Adicione aí a construção de uma mitologia toda particular e um esforço quixotesco para criar efeitos especiais à frente do seu tempo e temos uma salada sem igual.

Maior sucesso de bilheteria de Fassbinder, é seu ataque mais eficiente ao "milagre econômico" da Alemanha nos anos 50, além do retrato sutil e dramático de uma mulher indomável. Maria Braun sobrevive à guerra em Berlim; seu marido luta na frente russa e, ao voltar, é preso por matar um soldado negro amigo de Maria. Ela então se envolve com um industrial e conquista fortuna e poder. Primeiro da trilogia de Fassbinder sobre mulheres no pós-guerra alemão, o longa une elementos dos melodramas clássicos de Hollywood com temas sociopolíticos.
ET, o extraterrestre (1982)
Dos raros filmes com atores a capturar a imaginação de gerações de crianças e seus pais, ainda é a obra mais adorada de Spielberg e talvez a mais pessoal. Do preciso retrato de uma família de classe média dos subúrbios da Califórnia, o longa vai logo ao que interessa e apresenta Elliott ao novo amigo. ET assume o papel do cão fiel, mas com poderes sobrenaturais de telepatia e psicocinese, e enfrenta acelerado ciclo de vida sendo Elliott seu protetor, professor e pai adotivo. Escapando à análise lógica, do ponto de vista emocional, porém, o filme é ótimo. A cena da morte parte o coração, mas pelo poder do amor, ET ressuscista e Elliott completa sua formação emocional.
Curtindo a vida adoidado (1986)

Veludo azul (1986)
Há quem diga que todas as histórias já foram contadas pelo cinema. O que os anos 80 e 90 nos ensinaram é que há diversas maneiras de recontá-las. Aqui estamos em uma pequena cidade do interior dos estados Unidos, com seus pássaros na janela, para onde Jeff retorna quando seu pai sofre um derrame, mas se apaixona por uma cantora que está sendo abusada. David Lynch fez com Veludo Azul o "neonoir" definitivo porque ressaltou o elemento fundamental do noir moderno: a perversão.
Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988)
Apesar de já ter feito sete filmes, foi com essa farsa anárquica que Almodóvar rompeu as fronteiras - o filme estrangeiro de maior bilheteria em 1989 na América do Norte e o maior sucesso na Espanha. A atraente atriz Pepa está grávida de Iván, seu amante casado que a abandona, deixando apenas uma mensagem na secretária eletrônica. Tentando em vão comunicar-se com ele, entra em histeria e se mete em uma série de situações surreais. Como nas melhores farsas, nesse longa os acontecimentos irracionais são interligados por uma lógica interna muito engraçada e, como muitas comédias francesas, concentram-se num lugar.
Cinema Paradiso (1989)
Nostálgico e comovente, vê o charme do cinema e a morte dos palácios de filmes pelos olhos de uma criança - um dos títulos mais populares das últimas décadas dentro e fora da Itália. Narra em flashback a história de Salvatore, menino que mora com a mãe viúva numa vila destruída pela guerra e se refugia no Nuovo Cinema Paradiso, cinema local e que cujo projecionista, se torna seu amigo. É um lembrete sutil de que o cinema é experiência pessoal. Nós da Supernatural Filmes fizemos uma ação solidária com enfoque neste personagem, confira aqui.
Quatro casamentos e um funeral (1994)
Após altos e baixos do cinema britânico nos anos 70 e 80, essa comédia romântica acertou o alvo e fez de Hugh Grant um astro. O impecável roteiro Richard Curtis relata uma história de amor em vários meses e cinco cerimônias; na primeira, Charles, que tem pânico de compromissos, surpreende-se flertando com Carrie, americana objetiva que está noiva. Esta deliciosa comédia de costumes, lembra os pastelões dos anos 30, retratando egocêntricos membros da classe alta. Grant e Curtis voltaram a trabalhar juntos em Um lugar chamado Nothing Hill, O diário de Bridget Jones e Simplesmente amor.
Toy Story (1995)

O tigre e o dragão (2000)
O maior expoente do gênero do cinema foi King Hu, que o diretor Ang Lee homenageia nesse envolvente romance de ação. Dos primeiros filmes em chinês a fazer sucesso mundial, arrecadou mais de US$100 milhões só na América do Norte. Produzido pela empresa japonesa Sony, com financiamentos chineses e europeus, diretor taiwanês radicado nos EUA e roteiristas americanos e chineses, o filme é entretenimento global. Para boa parte do público foi o primeiro contato com as técnicas de Hong Kong que desafiam a gravidade, truques com cabos que permitem aos espadachins gravitar e tomar impulsos em telhados.
O senhor dos anéis (2001)
Cidade de Deus (2002)
Relato fervoroso e bem-humorado da vida de jovens nas favelas do Rio de Janeiro; de surpreendente imediatismo, tem estilo de câmera trêmulo e rápido que atordoa. Com jovens não profissionais e casos reais, Fernando Meirelles e Kátia Lund recriam 15 anos do crime na favela da Cidade de Deus - do fim dos anos 60 até os 80, época em que se desenvolveu o tráfico de cocaína no Brasil, destacando as crianças que crescem nesse meio violento. Épico forte e acelerado, que fala a língua brutal das ruas lembrando Os bons companheiros, de Scorsese, e Matrix, dos irmãos Wachoeski.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004)

Taxi Driver (1976)
Examinando a alienação urbana e conbinando os gêneros noir, faroeste e horror, esse drama perturbador tornou Scorsese figura central no cinema mundial e De Niro grande astro. A história é sobre um veterano do Vietnã paranóico, solitário e taxista, que não tem amigos e considera Nova York um "esgoto aberto" povoado de "animais" e "escória" a serem eliminados. O monólogo desse personagem complexo diante do espelho é das sequências mais famosas dos anos 70; Scorsese apresenta uma cidade apocalíptica, com vapores nas ruas, trânsito incessante e sirenes, o que contrasta com a trilha sonora de Bernard Herrmann.
Nashville (1975)
Relato de um fim de semana de figuras da cena musical de Nashville, Tennessee, a capital da música country, é um marco da manipulação de personagem e som. Para criar esse mosaico de personagens, músicas, som e imagem, Altman usou 16 trilhas para diálogos e sons, câmeras que se movem continuamente, cortes rítmicos e comentários em on e off. É particularmente notável a sequência de apresentação dos 24 personagens do aeroporto. Concebido para celebrar o bicentenário dos EUA em 1976, Nashville revela por ironia seus pontos fracos, como preconceito racial, egoísmo e vulgaridade.
A doce vida (1960)

Sensação ao ser lançado, o filme mais famoso (e infame) de Fellini é impressionante panorama da decadente sociedade moderna romana e cunhou as expressões "la dolce vita" e "paparazzi", hoje sinônimo de fotógrafos caçadores de celebridades. Calejado colunista social e escritor frustrado vaga amoralmente pelos pontos "quentes" de Roma durante sete dias e noites, tentando se encontrar. No final metafórico, avista a inocência numa jovem na praia de madrugada, mas a água que os separa não lhe permite ouvi-la. Destaca-se Anita Ekberg como a estrela loira de voz sedutora.
Branca de Neve e os sete anões (1937)

A Noviça Rebelde (1965)
Centrado em sete crianças, seu rico e formoso pai viúvo e uma governanta jovial e cantarolante, com músicas contagiantes de Rodgers e Hammerstein, ambientado em espetaculares cenários tiroleses e filmado em Todd-AO e De Luxe Color, tornou-se enorme sucesso. A trama gira em torno da jovem noviça Maria que deixa o convento para ser governanta dos filhos do Capitão Von Trapp, com quem se casa; a família torna-se um grupo de cantores aclamado internacionalmente, mas precisa fugir da Áustria durante a ocupação nazista.
Referências:
Referências:
BERGAN Ronald. Cinema. Rio de Janeiro, 2007.
BORGO, Érico, FORLANI, Marcelo, HESSEL, Marcelo. Almanaque do cinema. Rio de Janeiro, 2009.