Em meio à tradicional correria de final de ano, a pedida é consultar de forma rápida e sem muitas pretensões a agenda das salas de exibição, apenas para ver o que realmente vale a pena assistir. Afinal, já basta o trabalho da maratona de festas e os preparativos para as tão aguardadas férias de verão. A escolha não pode suscitar muita reflexão, pois o cérebro assim como o corpo, nesse período, também quer descanso. Contudo, a opção tem que somar uma boa dose de riso junto a um enredo que sirva de alento para a alma, porque é necessário levar em conta o espírito natalino que ainda impera.
Dos filmes em cartaz, nos cinemas da capital gaúcha, talvez o único que cumpra a tarefa seja Compramos um Zoológico (2011). A estreia dele foi no último dia 23/12 e recebeu destaque aqui no blog da Supernatural Filmes. Para quem já viu, se sensibilizou com a película inspirada numa “incrível história real” e pretende continuar numa crescente onda de satisfação, a dica é se dirigir à melhor videolocadora perto de casa e alugar um DVD. Em 2011, o cinema hollywoodiano resolveu mais uma vez convocar uma horda de super-heróis para combater a crise econômica. Não por coincidência, o apelo aos remakes de filmes produzidos nos saudosos anos 1980 também estiveram na pauta dos produtores, e enfeitaram as salas de exibição. E é de lá, da era Reagan, que a Supernatural Filmes trás uma dica de homevideo.
O ano é 1988. A Big Apple se quer imagina servir de cenário para o fatídico 11 de setembro de 2001. As torres gêmeas estão lá... impávidas no resplendor de sua imponência arquitetônica para lembrar que, em meio àquela savana de concreto, é o capitalismo selvagem que predomina. Mesmo assim, há sempre espaço para fábulas sobre o sucesso nos negócios e no amor. O cenário é Nova York, mas a “máquina” tem outro nome: Hollywood. O título é Uma Secretária de Futuro, de Mike Nichols. O filme conta a história de Tess McGill (Melanie Griffith), uma esforçada secretária do mercado de ações que viaja diariamente de balsa para chegar à Manhattan. Sempre sob os olhares da estátua da liberdade e debaixo das investidas canalhas e machistas dos colegas de serviço. Após uma brincadeira de mau gosto, feita por dois deles, Tess troca de setor e vira o braço direito de Katharine Parker (Sigourney Weaver). A personagem de Sigourney é uma executiva bem sucedida cuja origem abastada contrasta com o dia a dia de uma mulher suburbana , Tess.
Dedicada ao trabalho, a secretária é cheia de pro-atividade manifestada por várias sugestões à chefe. Uma dessas idéias é roubada inescrupulosamente por Katherine. Após um acidente com sua superior, Tess resolve levar p projeto adiante tendo como aliado Jack Trainer (Harrison Ford). O então namorado da rival.
Dos filmes em cartaz, nos cinemas da capital gaúcha, talvez o único que cumpra a tarefa seja Compramos um Zoológico (2011). A estreia dele foi no último dia 23/12 e recebeu destaque aqui no blog da Supernatural Filmes. Para quem já viu, se sensibilizou com a película inspirada numa “incrível história real” e pretende continuar numa crescente onda de satisfação, a dica é se dirigir à melhor videolocadora perto de casa e alugar um DVD. Em 2011, o cinema hollywoodiano resolveu mais uma vez convocar uma horda de super-heróis para combater a crise econômica. Não por coincidência, o apelo aos remakes de filmes produzidos nos saudosos anos 1980 também estiveram na pauta dos produtores, e enfeitaram as salas de exibição. E é de lá, da era Reagan, que a Supernatural Filmes trás uma dica de homevideo.
O ano é 1988. A Big Apple se quer imagina servir de cenário para o fatídico 11 de setembro de 2001. As torres gêmeas estão lá... impávidas no resplendor de sua imponência arquitetônica para lembrar que, em meio àquela savana de concreto, é o capitalismo selvagem que predomina. Mesmo assim, há sempre espaço para fábulas sobre o sucesso nos negócios e no amor. O cenário é Nova York, mas a “máquina” tem outro nome: Hollywood. O título é Uma Secretária de Futuro, de Mike Nichols. O filme conta a história de Tess McGill (Melanie Griffith), uma esforçada secretária do mercado de ações que viaja diariamente de balsa para chegar à Manhattan. Sempre sob os olhares da estátua da liberdade e debaixo das investidas canalhas e machistas dos colegas de serviço. Após uma brincadeira de mau gosto, feita por dois deles, Tess troca de setor e vira o braço direito de Katharine Parker (Sigourney Weaver). A personagem de Sigourney é uma executiva bem sucedida cuja origem abastada contrasta com o dia a dia de uma mulher suburbana , Tess.
Dedicada ao trabalho, a secretária é cheia de pro-atividade manifestada por várias sugestões à chefe. Uma dessas idéias é roubada inescrupulosamente por Katherine. Após um acidente com sua superior, Tess resolve levar p projeto adiante tendo como aliado Jack Trainer (Harrison Ford). O então namorado da rival.
Nos anos 1980, o cheiro dos sutiãs queimados duas décadas antes não chegava a refletir necessariamente em bons papéis, sobretudo em grandes produções. Ótimas atrizes se faziam notar, mas só em filmes menores. Películas dramáticas foram o palco perfeito para as “sofredoras-mor” Meryl Streep e Jessica Lange. Enquanto isso, as ”blondies-de-fogo” Kim Basinger e Kathleen Turner se revezavam em fitas que exploravam ao máximo a característica mais marcante das duas: a sensualidade! Por outro lado, a lista dos homens exibia atores como Dustin Hoffman, Robert De Niro e Jack Nicholson com seus nomes sempre à frente dos demais. Sem falar no citado Harrison Ford ou então nos moçoilos Tom Cruise, Matt Dillon e Kiefer Sutherland. O fato é que a indústria do cinema, machista como ela só, não costumava disponibilizar personagens femininos notáveis, pois nenhum grande astro podia ter o seu brilho ofuscado.
Com um roteiro que parecia ser uma releitura de A Gata Borralheira e que foi escrito sob encomenda para a era pós-industrial, Working Girl (título em inglês de Uma Secretaria de Futuro) reservou dois papéis que nada tinham a ver com os perfis de personagens que, em geral, ficavam relegados às atrizes da época. Tanto a secretária do título quanto a sua chefe são protagonistas de um conto onde o príncipe, apesar de bonitão, não é quem vai salvá-las das garras do suposto antagonista. Cada uma, ao seu estilo, personificou uma mulher forte, ou na busca ou na manutenção do seu lugar ao sol.
A executiva de Sigourney Weaver é prática, articulada e sabe lidar com êxito quando o assunto são negócios diante do sexo oposto. Fria, talvez. Mas, sobretudo, elegante e assertiva (!). Tess McGill, apesar de romântica, não se deixa subjugar por nenhum exemplar do sexo masculino. O namorado com quem vivia a trai e depois a pede em casamento. Logo após a rejeição, ele diz “vai casar comigo ou o que você quer? ... não é a única pessoa com planos”. Tess retruca dizendo que não gosta da forma como o namorado a trata — como uma idiota. Ele então dispara à queima-roupa: “...você sempre está falando da forma como é tratada, quem foi que a transformou em Grace Kelly?”
A discussão é um dos pontos altos do filme. E, curiosamente, surge como exemplo uma diva de Hollywood bela e loura, que entrou para a realeza ao se casar com um príncipe de verdade por livre escolha. As mulheres, nas produções made Tio Sam, podem até ser princesas, de preferência sexistas e sem nenhum poder de opção.
No roteiro de Kevin Wade (Encontro de Amor, 2002), a briga entre duas fêmeas não ocorre como uma manifestação primitiva de virilidade tribal, tão peculiar ao universo do macho. A inteligência emocional está em jogo. Apesar da presença de alguns maneirismos condicionantes típicos dos filmes norte-americanos. Um bom exemplo disso foi colocar a personagem Katherine Parker terminando como vilã e, de quebra, sendo punida como tal. No entanto, o filme dirigido por Mike Nichols, cineasta veterano e responsável pelo clássico A Primeira Noite de um Homem (1967), traz um saldo positivo. Porque se tem em mãos um enredo bem encenado e especialmente edificante! De um jeito todo próprio às boas e velhas histórias que têm como mote o sucesso da virtude nos negócios e no amor... e que Hollywood sabe contar tão bem em momentos de maior inspiração.
Por Walter Ferrera
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